Governança Corporativa: Parte 4

Instrumento de mudança e de impulso ao êxito das organizações.

Na introdução dessa série de texto sobre governança corporativa destacamos a sua aplicação como instrumento de mudança e impulso na perseguição eterna e incessante por maior êxito dos nossos negócios e empresas.

Reiterando que governança corporativa não é um fim em si mesmo, mas um instrumento de busca por excelência; que governança corporativa não é apenas um marco regulatório de conduta ou um meio de aumentar e assegurar transparência da operação, mas integra um sistema de modelos, métodos e processos de condução de negócios empresariais. Não podemos deixar de observar que o substantivo exige qualificação.

Então, quando se inicia um projeto de governança corporativa, como em qualquer outro projeto, o pressuposto é fazê-lo em busca da adjetivação correta: BOA governança corporativa. Reafirmamos que o êxito na sua aplicação, fazendo-a acompanhada do adjetivo certo, dependerá da forma com que é compreendida, assimilada, implantada e operada.

Os elementos essenciais, os pilares em que se apoia a governança corporativa, descritos na parte 2 desta série Governança corporativa – elementos essenciais e os princípios que a definem e orientam, necessitam ser observados e, como pré-condição ao sucesso, estarem presentes, incorporados e consolidados no âmago da organização. Adicione-se que à boa governança é imprescindível um plano estratégico adequado ao qual todos os seus processos de negócio precisam estar alinhados.

Foi mencionado no primeiro texto da série sobre governança, que, de acordo com estudos acadêmicos, a confiança transmitida ao mercado pelas empresas que reconhecidamente adotam as práticas de governança corporativa, dada a transparência em que isso implica, tem demonstrado agregar mais valor proporcionalmente do que os resultados econômicos e financeiros que essas empresas alcançam.

Isso é verdade, mas precisa ser relativizado uma vez que a performance é a métrica decisiva a médio e longo prazo como meio de avaliação de todo e qualquer empreendimento. O que ocorre é que bem implementada, ou seja, bem atendendo aos requisitos e percorrendo adequadamente o caminho para a sua consecução, a boa governança aumenta a segurança do empreendimento formando um ciclo virtuoso que estimula a ação positiva sobre os fatores críticos de sucesso e resulta em melhoria geral da performance.

Fica aqui a recomendação para que as empresas adotem a governança corporativa, mas que o façam com clareza e determinação de propósitos, assumindo-a pelos seus benefícios sistêmicos e entendendo que não é algo a fazer para aderir à normas impostas por órgãos reguladores, muito menos para ser usado como ferramenta de marketing, tal qual se observou ocorrer com programas de qualidade e as normas ISO.

Como descrito na parte 3, Governança corporativa – a prática, estruturação, implantação e operação, o sucesso em extrair-se plenamente o potencial de benefícios que oferece demanda por uma política institucional e pelo aparelhamento necessário que vai desde o treinamento e capacitação de toda a equipe, passando pela preparação e adaptação de meios e métodos, pela implantação de um sistema de gerenciamento de risco até alcançar-se uma cultura organizacional vocacionada para a alta performance.

O objetivo, longe de estar centrado apenas em atender a normas e regulamentos deve ser o de assegurar o crescimento das organizações e da geração de valor a longo prazo. Alcançá-lo é desafiador, exige investimentos, esforços, tempo, persistência, resiliência e comprometimento total, mas é certo que compensa tudo isso, amplamente.

Leia todos os artigos da série Governança Corporativa:

Governança Corporativa: Parte 1

Governança Corporativa: Parte 2

Governança Corporativa: Parte 3


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