Gerenciamento baseado em evidências

Muito se tem falado em compliance e governança corporativa. Esses temas têm adquirido especial importância e destaque no meio empresarial. A Gruniztky tem acompanhado essa tendência e investido em meio e métodos, com crescente intensidade, para bem prestar suporte e orientação aos nossos clientes.

Vis-à-vis com o interesse e atenção em governança corporativa e compliance crescem as preocupações quanto a sua correta implementação. Lembremos do downsizing, da reengenharia, do planejamento estratégico e dos programas de qualidade e produtividade. Todos, em maior ou em maior grau – apesar dos inegáveis méritos conceituais – caíram em certo descrédito na sua aplicação. As normas ISO, nesse sentido, são paradigmáticas.

O presidente (chairman) do Comitê Técnico da ISO, órgão responsável pelos padrões da ISO 9001 e pelas diretrizes do ISO 9004, Nigel Howard Croft reconheceu, em uma das edições do Seminário Qualidade Século XXI, promovido pela ABQ, em São Paulo, que a certificação ISO sofre em sua credibilidade. Como causa apontou, justamente, que muitos buscam o certificado como fim e não como meio. Em suma, partem para o fim e não percorrem o caminho necessário. Pulando etapas deixam de usar e usufruir dos benefícios que um sistema de qualidade bem implantado e operado poderia fornecer. O alerta é para não repetirmos esse mesmo erro.

Boa governança corporativa e, em consequência a compliance, repousa essencialmente na gestão. Esta, para ser efetiva, depende do domínio do conhecimento do negócio e de sua operação. Isso, além das competências e habilidades dos gestores, depende de tomada de decisão com base em evidências e suportada em práticas adequadas e em método.

Sobre isso foi publicado, na Harvard Review, artigo intitulado Evidence-based management, escrito pelos professores Jeffrey Pffefer e Robert I. Sutton, professores e pesquisadores na Universidade de Stanford, dois dos mais reconhecidos nomes do estudo da Administração. A introdução ao tema é feita traçando um paralelo com as práticas médicas.

Apesar dos milhares de estudos de práticas e de produtos, fornecendo as melhores e mais modernas evidências sobre o que funciona bem na prática da Medicina, pesquisas no Canada e nos USA, apontam que apenas cerca de 15% dos profissionais médicos se utilizam disso para tomar decisões sobre o tratamento de seus pacientes. A maioria restante baseia suas decisões em: conhecimentos obsoletos aprendidos nas escolas de medicina; tradições de longa data nunca provadas; padrões empíricos de valor duvidoso; métodos em que acreditam e nos quais tem mais habilidade em aplicar e nas informações fornecidas pelas hordas de vendedores de medicamentos, produtos e serviços.

Indo ao campo da Administração, mais precisamente da gestão, eles afirmam o mesmo padrão de comportamento é observado nos executivos ao procurar a “cura para doenças” em suas organizações. Ressaltando que, nas empresas, a tomada de decisão baseada em evidências, ou seja, em fatos, dados e na técnica é, admitidamente, menor que na Medicina.

Há o argumento válido que na gestão corporativa o desafio é maior do que na prática médica. As evidências a analisar são mais numerosas, são mais fracas, os riscos de não se achar a “cura” são, por consequência, mais altos e os efeitos colaterais do “remédio” são menos previsíveis. Todavia, isso não invalida a necessidade do processo decisório buscar o máximo amparo possível em fatos e dados, na técnica mais avançada e na melhor e mais acurada evidência disponível.

É lógico concluir que quanto mais o executivo usar as melhores lógica e evidência possíveis, se persistentemente buscar por novos conhecimento e insights dentro e fora da organização, manter-se atualizado sobre as premissas do negócio ao passo em que amplia o seu conhecimento e habilidades, mais efetiva será a sua gestão.

A gestão baseada em evidência e orientada a resultado é prática corrente em muitas organizações, mas em grande parte das empresas isso ainda pode e deve ser implantado ou melhorado. Colaborar com nossos clientes no desenvolvimento e aprimoramento das práticas de gerenciamento e na obtenção de melhores resultados é o nosso diferencial.

Se quiser saber mais, entre em contato, estamos aqui para auxiliá-lo.

Leia mais sobre:

Governança Corporativa: Parte 1
O que busca, seus benefícios principais e quem a adota ou pode adotar

Governança Corporativa: Parte 2
Elementos essenciais e os princípios que a definem e orientam

Governança Corporativa: Parte 3
Prática, estruturação, implantação e operação


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